Reaprender a ser criança... - PROLER


PROLER foi a melhor experiência que tive nos últimos meses...
Fazia tempos que não participava de evento algum e tinha tudo pra eu não ir a esse: evento longe, lugar perigoso, minha turma não foi...
Mas aí me juntei a outras amigas e encarei com fé os perigos daquele lugar estranho e distante... Sair cansada do trabalho, enfrentar RU, sair correndo, pegar ônibus lotado, andar no Sol pra encontrar um hotel que a gente nem sabia onde ficava.
Juro, gente, que quando entrei na sala da minha oficina (Práticas de leitura na escola e na biblioteca) eu pensei que Cláudia Feres me marcava e que ia me chamar a qualquer momento pra qualquer coisa porque cheguei 16hs pra uma oficina que começou 14hs.
Não entendi nada no primeiro dia... Não entendi porque a gente tava cantando cantigas de roda... Não entendi porque ela tava nos pondo pra ler textos e mais textos e pra contar história... Pow, eu cheguei atrasadona também...
Mas a pior hora, pra mim, foi quando ela me parou na cantiga de roda e me mandou cantar uma (quando falo assim, parece que ela tava com um chicotinho na mão, uma farda verde e um tapa olho gritando: "VOCÊ! CANTA!")... todos me olhavam... pânico... nada me vinha a cabeça!
"ALECRIM" - É o toque do meu celular que mais cedo eu tinha mostrado pra Irajayna.
"Canta"
"..."
Saí da oficina dizendo: "não quero mais voltar... não tem sentido... eu sei cantigas de roda, eu só não quero cantar"...
No outro dia eu voltei só por causa do certificado... Juro...
Mas, aí tinha todo um clima...
Quando a gente chegou (de novo atrasadas), a gente encontrou todo mundo sentado no chão, com lápis de cor na mão, em grupo, como se fossem crianças mesmo.
Foi aí que percebi o quanto todo mundo estava mais leve, o quanto todo mundo tava se soltando...
Foi aí que percebi que o objetivo da oficina não era nos torturar, mas fazer com que voltássemos à nossa infância... A oficina era um resgate!
Porque pra você falar com criança você não tem que ser adulto sempre! Pra educar você não precisa ser autoritário! Pra incentivar a ler, você tem que se sentir a vontade...
Não basta buscar na internet dinâmicas pra aplicar, tem que se pôr no lugar das vítimas crianças que irão participar da dinâmica.
Pronto, no dia seguinte eu já tava normal... tava eu como sou... Mas, muito mais leve...
Foi a melhor oficina que já fiz...
Foi o resgate de ideias que já gritei pra caramba no meu face:  A GENTE NÃO PRECISA DE MUITOS RECURSOS... A GENTE NÃO PRECISA COMPRAR BRINQUEDOS... A GENTE SÓ PRECISA ENSINAR A CRIANÇA A BRINCAR COM AQUILO QUE ELA POSSUI: A IMAGINAÇÃO.
E foi como eu escrevi na história que Cláudia pediu para criarmos: a gente viveu 3 dias em um mundo onde não haviam brinquedos, mas que a imaginação não tinha limites.
E foram 3 dias felizes...
Porque quando você reaprende a ser criança, você reaprende a ser feliz.

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