Amor platôônico


Tenho vergonha de mim toda vez que lembro da menina boba que fui e que, talvez, ainda seja agora... 
A menina que falava o que sentia e se escondia... 
A menina que amava quem não conhecia... Apenas uma imagem e seus sonhos... 
Gritava pra toda escola que não estava apaixonada por um cara, mas que o amava e que sentia que toda a sua vida foi programada para encontrá-lo.
Eu via conto de fadas em tudo, e hoje não é diferente... Aliás, hoje é diferente sim: agora eu posso beijar o príncipe.
Acho que o pior de antes era isso: eu nunca ficava com o príncipe, mas sentia que ele era meu... E quando não estávamos juntos (SEMPRE!) eu morria se o via com outra. 
Hoje vejo minhas amigas adolescentes tão sofridas na certeza de que morreram se não ficarem com aquele cara, por achar que só ele preenche o vazio de seu coração... E, em algumas ocasiões eu choro, por já ter vivido isso... Mas, na maioria eu rio... Porque não deixa de ser comédia!!!
Acho que o pior de um amor platônico é a sua existência e nosso apego a isso. 

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