sábado, 17 de outubro de 2020

Não dá, não vou, não quero maaaais...

Aos poucos a gente vai enchendo de tudo...
Das mesmas pessoas, mesmas conversas, a sensação de que... sei lá, ninguém nunca tem algo bom pra falar do outro, apenas de si.
A gente vai se fechando cada vez mais num mundinho só nosso... Adeus, amizades antigas! Reduz cada vez mais o círculo de amigos, a gente se obriga cada vez menos a forçar relações... Tchau, redes sociais (que foram ficando tão superficiais a ponto de não querer usá-las nem pra trabalho)!
De sufocamento em sufocamento aprendi a dizer "não", a gritar "NÃO!".
Infelizmente, foi preciso gritar o óbvio.
Eu, antes tão refém de justificativas e desculpas, comecei a dizer "pra quêeeeee?", "Tô devendo quem?", "Que vínculos (ou correntes) tenho?".
Sufocada com gente querendo saber tudo o tempo todo: "tá namorando?", "Tá trabalhando?", "Vai casar?", "Quer ter filhos?", "Vai estudar?", "Já tá procurando emprego?", "Vai fazer mestrado?", "Guardou ou gastou o dinheiro da tua rescisão?" (Sério, tem gente medindo até isso, só falta pedir o extrato do meu banco ou, sei lá, de repente, o potinho do exame de fezes pra examinar pessoalmente)...

Não tô usando Facebook... Não é uma rede necessária no momento.
Uso Instagram porque o Reels e as coisas da lupinha me distrai (eu não entro aqui pra marocar a vida alheia, vigiar meus ex, as senhoras de meus ex, as ex de meu namorado, possíveis amantes)...
Tô respondendo raramente whatsapp...

É preguiça de pessoas.

Não tô ruim.
Não tô infeliz.
Nem triste.

Eu só... Nunca fui muito social e o desemprego nos dá a liberdade de não precisar forçar a social que não existe dentro da gente. Se desligar de tudo.

Precisavam ver minha alegria em desativar e sair de grupos de whatsapp, desativar o número extra...

Estou apenas de volta a liberdade de dizer não vou, não posso, não quero... 

Eu amo a última.

É no meu tempo.
É quando eu quero de novo.
É SE eu quero.

Por quanto tempo?
Sei lá...
Mas tenho um tempo aí pra continuar dizendo não ou gritando NÃO, conforme a necessidade.

sábado, 10 de outubro de 2020

#SemLikes


Quantos curtiram? Fulano curtiu? Beltrano nunca curtiu... Será que vão curtir? Quantos likes isso aqui merece?

O like tá te adoecendo, né?

Já não define mais relações pela presença, pela atenção, pelo carinho, pela ajuda no aperto... Fulaninho não gosta dela porque nem curtiu. Eles não se seguem, são namorados isso não é normal... Eles terminaram (será mesmo?).

Reparam que ela apagou a foto com o namorado, mas não reparam que ela apagou também a da família, dos amigos e dela mesma... Será que não estão mais juntos? Será que ela já não existe mais?

Quanto disso aqui te define? Quanto disso realmente importa? Pra quêeeeeee?

Casais felizes (que vivem brigando, mas a foto tá linda), almoços gostosos (que tá queimado ou o tempero passou do ponto, mas o que importa é a foto), aquela equipe de trabalho que é só sucesso (ninguém se ajuda, o veneno corre em cascata, mas na hora da foto "somos um")...

É tudo uma farsa, é só isso.

Tem gente aí com inveja de uma foto. Tem gente que não sente inveja porque não há foto... E é tão melhor aquela lembrança que ninguém entenderia porque tá registrado só aqui ó... (Tô apontando pro oco da minha cabeça).

Momentos felizes nem sempre são fotogênicos. Mas eles são os menos estressantes do que aqueles fotografados (que todo mundo tem que tá bem senão gera outro estresse...).

Eu tô bem.
Não vou te dar nenhum like (preguicinha), te sigo sem comentar (até porque se não agradar, se o comentário não for aceitável ou uma brincadeira padrão nossa, mas não do mundo... Cê vai apagar, né? "Quem me segue não entenderia que tenho uma amiga que brinca comigo do jeito que brinco com ela"), mas eu gosto muito de ti... 

#bomdia #desabafo #redessociais #instagram #facebook #twitter #semjoinha #semlike #semcomentario