Não dá, não vou, não quero maaaais...

Aos poucos a gente vai enchendo de tudo...
Das mesmas pessoas, mesmas conversas, a sensação de que... sei lá, ninguém nunca tem algo bom pra falar do outro, apenas de si.
A gente vai se fechando cada vez mais num mundinho só nosso... Adeus, amizades antigas! Reduz cada vez mais o círculo de amigos, a gente se obriga cada vez menos a forçar relações... Tchau, redes sociais (que foram ficando tão superficiais a ponto de não querer usá-las nem pra trabalho)!
De sufocamento em sufocamento aprendi a dizer "não", a gritar "NÃO!".
Infelizmente, foi preciso gritar o óbvio.
Eu, antes tão refém de justificativas e desculpas, comecei a dizer "pra quêeeeee?", "Tô devendo quem?", "Que vínculos (ou correntes) tenho?".
Sufocada com gente querendo saber tudo o tempo todo: "tá namorando?", "Tá trabalhando?", "Vai casar?", "Quer ter filhos?", "Vai estudar?", "Já tá procurando emprego?", "Vai fazer mestrado?", "Guardou ou gastou o dinheiro da tua rescisão?" (Sério, tem gente medindo até isso, só falta pedir o extrato do meu banco ou, sei lá, de repente, o potinho do exame de fezes pra examinar pessoalmente)...

Não tô usando Facebook... Não é uma rede necessária no momento.
Uso Instagram porque o Reels e as coisas da lupinha me distrai (eu não entro aqui pra marocar a vida alheia, vigiar meus ex, as senhoras de meus ex, as ex de meu namorado, possíveis amantes)...
Tô respondendo raramente whatsapp...

É preguiça de pessoas.

Não tô ruim.
Não tô infeliz.
Nem triste.

Eu só... Nunca fui muito social e o desemprego nos dá a liberdade de não precisar forçar a social que não existe dentro da gente. Se desligar de tudo.

Precisavam ver minha alegria em desativar e sair de grupos de whatsapp, desativar o número extra...

Estou apenas de volta a liberdade de dizer não vou, não posso, não quero... 

Eu amo a última.

É no meu tempo.
É quando eu quero de novo.
É SE eu quero.

Por quanto tempo?
Sei lá...
Mas tenho um tempo aí pra continuar dizendo não ou gritando NÃO, conforme a necessidade.

Comentários