Análise rasa

Andando pelo mundo (na verdade voltando pra casa), eu vi o mundo estranho como ele. 
Entrou um moço no meu ônibus cantando hinos de louvores... Ele parecia um bêbado (no jeito de vestir, andar e falar), mas cantava músicas evangélicas. Cantou o caminho todo, eu disse T-O-D-O. 
Foi um saco! 
Nada contra os evangélicos, eu gosto de música evangélica, mas ouvi-los cantar desafinados não dá... É chato... 
Com a onda de assalto e a cara dele de assaltante eu fiquei morrendo de medo (sim, eu tenho meus pré-conceitos... E hoje em dia qualquer sujeito que entra no ônibus ou passa perto de mim me olhando muito (não interessa mais se tá me paquerando) pra mim é ladrão e eu fico com medo... 
Mundo doido esse em que nós, que não fizemos nada, vivemos presos por causa daqueles que correm o mundo fazendo merda (lê-se: matando, roubando, estuprando...). 
Sim, voltando... 
Uma senhora sentou do meu lado e falou (também com medo, tenho certeza, pois só tinha meu banco e o dele ocupado no ônibus e ela foi sentar onde???? Eu não sou a única pré-conceituosa [que conceitua antes de conhecer...]): “eh... quem canta seus males espanta...” No que eu gritei (mentalmente) antes de descer no ônibus... “Não é só os males... Eu também...”. 

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