Em sala de aula...

Todo professor diz que a gente deve participar das aulas, expor nossas idéias... Mas sempre que abro minha boca, eles soltam o “claro, se essas idéias tiverem alguma fundamentação teórica...”. 
Eu comecei a participar de aulas apenas no ensino médio, nas aulas de religião. Quando eu comecei as minhas questões “emaconhadas” (é que o professor César Castro uma vez me perguntou se eu tava “emaconhada” só porque tava rindo excessivamente na aula dele... Mas nunca usei drogas... Nunca fumei maconha ativamente...) sobre a bíblia. Deixava a minha professora sempre sem graça, a ponto dela perguntar se aquela coisa com interrogação no fim da prova fazia parte da resposta a prova... Quem se divertia era o Jorginho. Sempre que ela me entregava a prova, ele a arrancava de minha mão pra ler minhas comparações malucas entre a bíblia e as histórias de Akira Toryama (Não lembro se é assim que se escreve, mas ele é o cara que criou Dragon Ball Z e Dr. Slump). 
Lembro que um dia ela nos contava, toda empolgada, de uma suposta reunião do comitê da criação. Nesta Reunião estavam os anjos, Deus e Jesus. E Deus explicava a Jesus o que ele faria se Adão e Eva fracassassem em sua missão... Aí, ela engrossou bem a voz e disse o que Deus disse... Gente, num guentei e perguntei: “Assim mesmo, professora? Mas e o que é que Jesus disse?”. 
Eu sempre fui tímida, acho que por isso não participava muito das aulas. E é por isso que minhas questões sobre a bíblia iam escritas na prova, era por isso que o pessoal se assustava quando eu abria a boca. Quando eu fazia 5ª série, uma galera achava que eu era muda. E na 7ª, minha professora de história chegou a botar todos pra fora da sala só pra eu apresentar um trabalho... 
Na biblioteconomia não tem sido diferente... Continuo morrendo de vergonha pra apresentar trabalho, falo coisa com coisa, rio, faço caretas, faço força, mas parece que nada sai... 
Minhas participações em sala de aula são sempre motivo pra risos... Mas, é inconsciente. Chamo a atenção pra mim, e quando percebo que todos olham só falto enterrar minha cabeça entre as pernas... 
Já fiz enormes cagadas... Já até apresentei um poema do blog em um trabalho (clique aqui para ler)... 
Nos meus últimos trabalhos venho sofrendo com o tempo. Faço toda uma superprodução mental do que poderia ser meu trabalho (uma mistura de “fundamentação teórica” com stand up), mas tudo o que eu vejo na hora que vou abrir minha boca em uma apresentação são dedos indicando que tenho poucos minutos pra falar: 10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1... #calaabocasoraya!

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